Iaew...Tah Boa???

"A vida é uma peça de Teatro que não permite ensaios,por isso cante, dance, chore, sorria, ame, beije, se apaixone, faça amizades e viva intensamente antes que a cortina se feche!!"

quinta-feira, 3 de julho de 2008

NINGUÉM PRECISA, MAS QUEM NÃO QUER?


Um dia desses, eu estava ouvindo ao programa de 2 em 1, transmitido pela Rádio Transamérica (FM 100,1). Um dos assuntos em pauta era "A Transformação das Relações Amorosas". Durante a discussão do tema, um determinado autor disse que antigamente as pessoas eram obrigadas a namorar e casar, mas hoje elas não sofrem este tipo de pressão, por isso escolhem tanto e, conseqüentemente, estão cada vez menos encarando um relacionamento sério. No meu ponto de vista, o que ele disse faz sentindo, mas só até certo ponto. Ele esqueceu de citar uma coisa; salvo exceções, todo mundo deseja e espera encontrar a sua "Junioresca" - de Fábio Junior mesmo - alma gêmea.


Lucas é um rapaz de classe média, com seus 23 anos de idade. Ele namorou Marcelo por mais de dois anos. Durante este tempo, foram felizes. Mas no final do namoro, levou um pé na bunda, mesmo fazendo de tudo para que o relacionamento funcionasse. Ficou perdido, amuado, triste e sentindo que nada mais fazia sentido. Tinha se dado tanto, se esforçado tanto e de nada adiantara. Seis meses se passaram, Lucas havia se recuperado e estava bem. Ele já tinha dormido com metade dos caras da cidade, dado as caras em todas as baladas, tomado muitos porres, chorado muito, rido muito e descoberto que o amor havia acabado. O que ele não contava era que o medo de se machucar de novo continuava ali, intocável, mais sólido e incômodo do que pedras nos sapatos. Foi então que apareceu Denis, um príncipe em meio a tantos sapos. A paixão foi imediata. O beijo era ótimo, o papo era bom e o sexo era divino. Mas, por medo de tudo se reverter novamente em dor, algumas semanas após conhecer Denis, Lucas correu. Fugiu como se fantasmas o perseguissem.


E é assim que acredito que as pessoas têm se portado em tempos atuais. Realmente não temos mais obrigações sociais de estar com alguém, mas temos o desejo e, acima deste, temos medo. Medo da frustração de se entregar a alguém, por inteiro, e receber uma bexiga em forma de coração, cheia de gás hélio, com dizeres "Te amo, mas acabou!". Ai, já viu! Aquela fossa começa de novo. E começamos a procurar por CDs antigos de Whitney Houston, Mariah Carey, Maria Bethânia e, não, por favor, não, Maysa - a diva das divas da fossa. Fato: para amar de verdade é preciso ter a ciência de que o amor não é um sentimento lindo, em que pessoas se amam e são felizes. O amor é dolorido, inseguro, insatisfeito, rancoroso e egoísta. Amamos para a nossa própria satisfação e não podemos exigir nada do outro. Por isso, estar solteiro é, para muitos, a melhor opção. Mas por mais que fiquemos sozinhos por anos, amar e construir uma vida juntos é um desejo constante e sempre vai estar ali, escondidinho no cantinho do coração. Odeio analogias chulas, mas às vezes elas são inevitáveis. Amar é como andar de bicicleta. A princípio, temos as rodinhas, nossos pais, para nos ajudar, mas mesmo assim caímos. Depois, aprendemos a andar sozinhos e caímos, uma, duas, três e infinitas vezes. E não importa o quanto treinemos, mesmo que nos tornemos profissionais, ainda vamos cair. É importante manter o coração aberto e aceitar que amar é uma das fatalidades da vida, como o nascer e o morrer. É certo que amaremos perdidamente em algum momento da vida, assim como é certo que nos desiludiremos em outros. Por isso, querido leitor, agarre o seu guidão, coloque os pés nos pedais e pedale com força, porque cair é inevitável, mas levantar e seguir em frente, é opcional.


Para finalizar. Realmente ninguém precisa amar, mas quem não quer amar, bom sujeito não é.